A região de Shandong, conhecida como "a leste das montanhas" em referência ao sagrado Monte Tai, é um dos berços mais profundos da civilização chinesa. Vestígios arqueológicos, como a cultura Longshan (3000-1900 a.C.), revelam sociedades complexas com cerâmica negra de alta tecnologia e estruturas urbanas primitivas. Durante o Período das Primaveras e Outonos (770-476 a.C.), a região abrigou dois estados influentes: Lu, cuja capital Qufu viu nascer Confúcio (551-479 a.C.), e Qi, potência militar e cultural centrada em Linzi. A filosofia de Confúcio, alicerce ético e social da China por dois milênios, emergiu diretamente deste contexto histórico, com o Templo de Confúcio em Qufu (construído em 478 a.C.) simbolizando essa herança – hoje Patrimônio Mundial da UNESCO com mais de 100 estruturas preservadas.
A província passou por séculos de transformação: desde a unificação sob os Qin (221 a.C.) até o controle colonial alemão no século XIX, que arrendou Qingdao (1897-1922) e deixou marcas duradouras.
De potência agrícola a centro industrial de inovação
Com uma economia diversificada e PIB superior a US$ 820 bilhões (2012), Shandong combina tradição agrícola com vigor industrial. Os dados revelam sua força no setor primário.
Na agricultura, é líder nacional na produção de legumes (91,8 milhões de toneladas, 14,2% do país) e frutas (14,88 milhões de toneladas, 11%), além de contribuir significativamente com carne, ovos, leite (13,61 mi t) e produtos aquáticos (8,13 mi t). Além disso, há uma inovação rural, incluindo grandes investimentos em irrigação, controle de salinização e mecanização permitiram a transição de déficit alimentar (pré-1970) para autossuficiência.
Além de agricultura, com a produção de legumes, frutas, amendoim e algodão, a indústria é responsável por 51.46% do PIB, com extração de petróleo, mineração produção em áreas como química, eletrônicos e maquinário. Cerca de 40% do seu PIB vem de turismo e produção tecnológica.
Turismo é lição de história
Shandong tem no turismo um dos pilares da sua economia, unindo patrimônio milenar com iniciativas diversificadas para atração de pessoas.
Suas principais cidades são:
- Qingdao, maior da província, destaca-se pelo litoral deslumbrante e herança colonial alemã, visível em edifícios como a antiga residência do governador. É sede do famoso Festival Internacional da Cerveja e da Tsingtao, cervejaria fundada por alemães em 1903. Suas praias, como Golden Beach, e o porto (um dos cinco maiores da China) impulsionam turismo e economia. A metrópole é um polo industrial (eletrônicos, têxteis) e logístico, com aeroporto internacional e o Porto de Qingdao, vital para exportações.
- Jinan, a capital, é conhecida como "Cidade das Fontes" devido às 72 nascentes, especialmente a Baotu Spring, com águas cristalinas a 18°C. Abriga o Lago Daming, cercado por parques e pavilhões históricos, e é um centro político e de transporte, ligado a Pequim por trem-bala em 1,5 hora. Além das atrações naturais, é um hub educacional com 137 universidades e centro de governo. Sua localização estratégica, próxima ao Monte Tai, facilita o acesso a sítios históricos e impulsiona serviços.
- Qufu é símbolo da cultura chinesa, influenciando educação e turismo religioso. Local é berço de Confúcio, preserva o Templo de Confúcio (478 a.C.), a Mansão da Família Kong (152 edificações) e o Cemitério de Confúcio, patrimônios mundiais da UNESCO. O Festival Cultural Internacional atrai peregrinos para celebrar o legado filosófico. O Monte Tai (Patrimônio Mundial), "Líder das Cinco Montanhas Sagradas", combina ascensão espiritual (1.545m) com arte rupestre e festivais como o Internacional de Montanhismo.
Jinan